A espondilite anquilosante (EA) é uma doença inflamatória que afeta principalmente a coluna vertebral e a articulação sacroilíaca, esta fica última localizada entre o sacro (osso na base da coluna) e a pelve.
A EA faz parte de um grupo de doenças reumáticas crônicas chamadas espondiloartropatias ou espondiloartrites, que também incluem artrite reativa, artrite psoriásica e síndrome de Reiter.
O termo “anquilosante” refere-se a rigidez ou imobilidade, e “espondilite” é a inflamação de uma ou mais vértebras da coluna vertebral.
Os sintomas iniciais da EA incluem dor, sensibilidade e rigidez na parte inferior das costas devido à ação do sistema imunológico que passa a atacar as próprias células do corpo. Essa ação autoimune afeta a coluna e as articulações, criando ligamentos ósseos entre as vértebras, “fundindo os ossos” da coluna. Isto porque, a doença faz com que o corpo acumule cálcio nos discos intervertebrais, gerando a fusão óssea entre as vértebras, que é chamada de anquilose.
Em outras palavras, como a ação autoimune acaba causando inflamações nas vértebras, o corpo reage tentando se regenerar depositando mais cálcio nas articulações afetadas pela inflamação. Esse processo contínuo de regeneração acaba levando à ossificação das articulações.
A espondilite anquilosante também pode afetar o esterno, quadris, ombros e articulações periféricas (por exemplo, joelhos e tornozelos). Quando isso ocorre, a dor e a rigidez podem progredir gradualmente para uma perda completa da função da articulação afetada.
Caso a EA não seja tratada, o crescimento ósseo pode unir completamente coluna e quadril, causando enrijecimento e deformidades. Além da dor, o paciente poderá ter dificuldades e limitações em seus movimentos.
Incidência e prevalência da espondilite anquilosante
A espondilite anquilosante geralmente se desenvolve durante a adolescência (final da adolescência) ou no início da idade adulta. Em aproximadamente 5% dos casos, os sintomas se desenvolvem após os 40 anos de idade. A espondilite anquilosante juvenil se desenvolve em pacientes com menos de 16 anos de idade e afeta os homens aproximadamente 3 vezes mais do que as mulheres.
Fatores e causas de risco de espondilite anquilosante
A causa da espondilite anquilosante é desconhecida, sendo que a origem e o desenvolvimento da doença não são bem compreendidos. Sabe-se que a doença pode resultar de uma combinação de fatores genéticos e ambientais.
A espondilite anquilosante está associada a um antígeno herdado (marcador celular) denominado HLA-B27, presente em mais de 90% dos pacientes que possuem a doença. A EA também está associada a doenças inflamatórias intestinais (DII), como a colite ulcerativa e a doença de Crohn.
Níveis elevados de certos anticorpos (por exemplo, IgA) em pacientes com espondilite anquilosante, bem como a natureza inflamatória da doença, podem indicar que a EA está relacionada a uma resposta do sistema imunológico.
Sinais e sintomas de espondilite anquilosante
Os sintomas da espondilite anquilosante geralmente se desenvolvem gradualmente. Os primeiros sinais incluem dor, sensibilidade e rigidez na parte inferior das costas, que costumam ser mais graves após longos períodos de repouso, como ao acordar pela manhã. Ao longo do dia, os sintomas vão melhorando à medida em que o paciente vai se movimentando.
Conforme a doença progride, a dor pode se tornar persistente e interferir no sono. A dor e rigidez na região lombar eventualmente sobem para o meio das costas (região torácica) e depois para o pescoço (região cervical). Outros sintomas incluem fadiga, febre e perda de apetite.
Complicações da espondilite anquilosante
Além da dor, rigidez na coluna e na articulação sacroilíaca, pacientes com EA podem ser afetados nas grandes articulações das pernas (por exemplo, quadril). A complicação mais séria é a fratura da coluna vertebral, que pode causar lesão da medula espinhal e problemas neurológicos significativos.
Outras complicações da doença incluem:
Anemia (contagem reduzida de glóbulos vermelhos);
Dificuldades respiratórias (causadas por movimento restrito da parede torácica devido à fusão da coluna vertebral ou como resultado de fibrose pulmonar);
Condições cardiovasculares, como aortite (inflamação da aorta, que é a principal artéria do corpo), danos à válvula cardíaca e distúrbios de condução;
Doença inflamatória intestinal (DII);
Condições nervosas (por exemplo, radiculopatia, síndrome da cauda equina) e,
Prostatite (inflamação da próstata nos homens).
Diagnóstico e tratamento de Espondilite Anquilosante
Para diagnosticar a espondilite anquilosante, o médico precisa saber sobre a história pessoal e familiar do paciente, além de solicitarexames de sangue e de imagem.
O tratamento de EA consiste em uso de medicamentos, fisioterapia, e em alguns casos, até cirurgia. Como é uma doença sem cura, os objetivos do tratamento para espondilite anquilosante visam reduzir a dor e a rigidez; prevenir a deformidade e manter a função (amplitude de movimento). Pacientes com EA devem manter um peso corporal saudável, fazer uma dieta balanceada e não fumar. Os pacientes também devem manter uma postura adequada e evitar curvar-se.
O exercício regular é o aspecto mais importante do tratamento de EA. A natação é uma boa forma de exercício para muitos pacientes, porque geralmente não agride as articulações.
Lembre-se, consultar um médico é indispensável ao primeiro sinal de dores, independente da intensidade, pois caso não seja tratada, a doença pode se agravar e deixar uma condição incapacitante ao paciente.
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